Desta vez colocamos o desafio de sugerir um top 5 de jogos de tabuleiro ao Fábio Lima, responsável pelo projecto Playing Season. E o tema que lançamos foi “set collection”, isto é, jogos cuja mecânica principal encoraje os jogadores a coleccionarem conjuntos de itens. O desafio lançado pelo Carlos era simples, escolher os 5 melhores jogos de Set Collection. Mas como acho que o conceito de “melhor ou pior” é sempre relativo, e eu adoro a ideia de criar colecções, resolvi apresentar 5 bons e diferentes jogos que tenham o set collection como mecânica (ou mecanismo, se preferirem) principal ou complementar. TokaidoEste é o grande culpado pelo despertar de interesse nos jogos de tabuleiro. O bichinho já lá estava, mas foi a arte da capa, as personagens e o tabuleiro que me conquistaram! E por me identificar e gostar da ideia de criar colecções, tudo em Tokaido sempre pareceu muito fluido, diferente e desafiante. A ideia é simples, aqui assumimos o papel de um viajante que percorre o caminho de Quioto até Edo (hoje conhecido como Tóquio), sendo esta uma das cinco rotas mais famosas do Japão e aquela que mais a sul, e junto ao oceano, se encontra. O que importa não é ser o primeiro a chegar ao final, mas sim ser aquele que melhor aproveita a viagem, colecionando memórias de locais (as três panorâmicas), conhecendo novas pessoas (que nos podem dar bónus), comprando relíquias (divididas em quatro tipos) ou saboreando as melhores iguarias. No final existem vários bónus que podemos ganhar, de acordo com as cartas que conseguimos colecionar, tendo sido um dos primeiros jogos a massificar a ideia de que a movimentação não é feita com dados e que irá avançar aquele que mais atrás se encontrar. A rejogabilidade é muito grande, em cartas e habilidades de personagens, mas mesmo assim foram lançadas duas expansões: Crossroads e Matsuri. Vídeo sobre as regras aqui. Designer: Antoine Bauza Artwork: Naiade Editora: Funforge Spirits of the WildSe procuram um jogo exclusivo para 2 pessoas onde o set collection é rei, esta é uma das melhores propostas disponíveis no mercado. Cada jogador tem um tabuleiro à sua frente e cada linha corresponde a um espírito de animal selvagem, com diferentes formas de pontuação, a que devemos tentar agradar. Para isso, temos à nossa disposição cartas de acção que nos permitem ir buscar pedras preciosas, que depois podem ser utilizadas para completar os espaços que nos dão pontos no final da partida. O jogo é simples nas mecânicas, mas torna-se muito estratégico pela luta e bloqueio constante com o nosso adversário. Os componentes são fantástico e o trabalho de ilustração é de se tirar o chapéu. Vídeo Unboxing aqui. Designer: Nick Hayes Artwork: Syd Weiler Editora: Mattel Sushi RollToda a linha de jogos do universo Sushi Go tem o set collection como uma das mecânicas centrais. E depois do sucesso do Sushi Go Party, que introduzia novos personagens e habilidades e ainda aumentava o número de jogadores, surgiu em 2019 a adaptação a dados, com o nome de Sushi Roll. E foi um sucesso imediato em cima da nossa mesa! Quem já conhece Sushi Go vai entrar rapidamente nas mecânicas, onde tentamos criar colecções de diferentes tipos de sushi, com os próprios dados, tendo agora os jogadores de lançar dados e voltar a lançá-los em cada turno, aumentando exponencialmente as probabilidades de saírem (ou não) os tipos de sushi que pretendemos. A par disto, passa a existir uma maior interacção entre os jogadores com a possibilidade de trocarmos (ou roubarmos) dados aos nossos adversários. Vídeo Regras aqui. Designer: Phil Walker-Harding Artwork: Nan Rangsima Editora: Gamewright Istanbul: The Dice GameSe este jogo tivesse sido lançado em 2019, seria certamente um roll & write (mas não esquecer que essa ainda poderá vir a ser uma possibilidade), mas como saiu em 2017 é apenas uma (excelente) adaptação de Istanbul, que venceu em 2014 o prémio alemão Kennerspiel des Jahres (Jogo Complexo do Ano, assim trocado por miúdos). Como em muitas das adaptações de dados, este é um jogo onde temos o set collection como elemento central. E de que forma? Lançando dados, combinando-os, guardando recursos e tentando comprar os diferentes rubis disponíveis no tabuleiro. Uma abordagem muito familiar, mais simples e com alguma estratégia. Vídeo Regras aqui. Designer: Rudiger Dorn Artwork: Andreas Resch Editora: Pegasus Spiele / MEBO Games Harvest IslandUm dos elementos de destaque é, sem sombra de dúvida, a arte dos diferentes componentes. Mas este jogo é muito mais do que uma capa bonita, pois adicionou um elemento estratégico às cartas que nos obriga a cultivar e a colher frutos ao longo das quatro estações do ano. A par disto, iremos ganhar pontos pelo tamanho da nossa plantação (e é aqui que entra a ideia da colecção e risco) e também pelos animais que conseguirmos atrair, funcionando como uma competição entre os jogadores para perceber quem consegue mais e em menor tempo. Mas atenção! As condições meteorológicas podem alterar-se e prejudicar as nossas colheitas. Vídeo Unboxing aqui. Designer: Chih-Fan Chen Artwork: Cinyee Chiu Editora: Big Fun Games / Jumbo Diset Um bónus: |