Pedro Felício, fundador do Grupo de Boardgamers de Évora (Jogos Tabuleiro) e do Grupo de Boardgamers de Beja (jogos de tabuleiro), sugere-nos 5 jogos cuja mecânica principal é a alocação de trabalhadores: É muito difícil para mim restringir apenas a 5 jogos as minhas escolhas de jogos de tabuleiro com worker placement, por isso vou focar em 5 jogos não por o bom que são (mas também são excelentes), mas por inovação no género ou por o que me marcaram pessoalmente. Dungeon Petz“Dungeon Petz” é um worker placement puro com fantásticos mecanismos inovadores para a altura (2011), no qual somos uma empresa num mundo de fantasia épica que faz criação de monstros desde o ovo até serem adultos, para isso iremos utilizar/explorar um grupo de imps que irão realizar acções no jogo e cuidar dos vários monstros que iremos adquirir e enjaular. As várias acções onde poderemos colocar os nossos trabalhadores serão: adquirir novos monstros para criar, adquirir e melhorar as nossas jaulas, adquirir comida para alimentar os monstros, adquirir objectos mágicos, assistir nos concursos, cuidar dos monstros e ganhar dinheiro. A cada ronda os monstros terão de ter as suas necessidades cuidadas (que irão aumentando com a idade), como comida, diversão e limpeza, mas existe a possibilidade de os monstros entrarem em fúria ou ganharem mutações o que poderá significar a perca do monstro. Como qualquer euro, o objectivo do jogo é mesmo fazer pontos e para isso existem 2 principais formas: ganhar concursos de “beleza” com os monstros, ou vender os monstros como animais de estimação a vários clientes. Por esta fantástica implementação temática dos vários mecanismos, por os componentes e arte, “Dungeon Petz” é um excelente jogo. Viticulture“Viticulture” é um worker placement puro onde iremos utilizar os nossos trabalhadores para realizar acções no tabuleiro e como o nome refere, o tema é a viticultura e tudo o que a envolve, desde a plantação de videiras até à colheita das mesmas para criar vinhos. Cada ronda do jogo equivale a um ano que é dividido nas 4 estações do ano começando com a Primavera para escolher a ordem de jogo para esse ano, seguido do Verão onde os nossos trabalhadores são colocados no tabuleiro, apenas na parte esquerda (amarela), para realizar várias acções como visitas à nossa quinta, plantação de videiras nos nossos campos, construção das várias estruturas de suporte ao nosso negócio de vinhos, desde o sistema de rega até as caves para armazenamento de mais e melhor vinho, etc, passando pelo Outono que apenas se trata da preparação para o Inverno no qual novamente os trabalhadores não utilizados durante o Verão irão ser colocados no tabuleiro para realizar acções como adquirir contractos, fazer colheita dos campos, criar vinhos, treinar novos trabalhadores e realizar entregas de contractos utilizando os vinhos criados. Novamente a utilização de mecanismos com ligação temática ao jogo (à excepção do envelhecimento das uvas), a arte e os componentes, fazem-no um jogo excelente e obrigatório para quem gosta do estilo. The GalleristApesar do nome em inglês, “The Gallerist” foi criado por o internacionalmente mais bem conceituado designer Português, Vital Lacerda. Em “The Gallerist” cada jogador possui uma galeria de arte que terá de gerir, adquirindo obras de arte em vários formatos para expor e vender. A cada turno o jogador irá apenas colocar o único trabalhador que possui numa das 4 possíveis localizações do tabuleiro para o mesmo, onde irá realizar uma das 2 possíveis acções presentes no local. No escritório o jogador poderá adquirir novos contractos de venda e vender as artes presentes na sua galeria; Na zona de arte o jogador poderá descobrir um novo artista nas 4 áreas artísticas ou comprar uma obra de arte de um artista já descoberto numa dessas 4 áreas (pintura, escultura, fotografia e multimédia). Na zona dos mass media o jogador poderá publicitar a sua galeria e os vários artistas. Finalmente na zona Internacional os jogadores poderão melhorar a sua galeria e torna-la mundialmente famosa, contribuindo ao mesmo tempo para um leilão final de obras. Novamente a mistura entre o tema e os mecanismos do jogo está muito bem realizada, o designer manteve uma simplicidade de mecanismos mas manteve uma enorme profundidade estratégica. Tzolk'inTalvez um dos jogos mais inovadores em formato de alocação de trabalhadores é “Tzolk'in” um jogo com pano de fundo a civilização Maia pré-colombiana onde teremos de desenvolver os vários aspectos da mesma: tecnologia, construção, religião e agricultura. O aspecto mais singular deste jogo são as engrenagens no centro do tabuleiro onde nos seus “dentes” são colocados os trabalhadores e que permitem uma simulação de passagem temporal onde quanto mais tempo os trabalhadores permanecerem na engrenagem melhor será a acção que irão realizar. Um jogo onde os mecanismos apesar de menos temáticos são fabulosos e os componentes são fora de série. Lords of WaterdeepTalvez aqui deveria de estar o “Stone Age” mas com o seu tema de Dungeons & Dragons e a sua simplicidade de acções e de flow de jogo, “Lords of Waterdeep” é para mim o melhor jogo de introdução a este estilo. “Lords of Waterdeep” decorre numa das cidades mais icónicas do mundo de Dungeons & Dragons, onde seremos um dos seus Masked Lords, cada um com uma agenda própria e cada um irá recrutar aventureiros (magos, guerreiros, ladrões, clérigos) para realizar missões para si de forma a ganhar mais influência sobre a cidade. Cada local do tabuleiro principal é bastante simples de utilizar e a adição de novos locais que podem ser comprados a cada ronda faz deste jogo uma óptimo jogo para pessoas que querem passar dos jogos base para algo mais, mas ao mesmo tempo permitindo aqueles que já jogam à muito tempo que criem interessantes estratégias. Menções Honrosas
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